Vivemos em um mundo em que adjetivam e muito aqueles que se destacam profissionalmente, atleticamente, artisticamente, etc… Palavras de elogios e reconhecimentos são aplicados desde cedo aos diversos tipos de altos desempenhos que uma criança pode produzir(alcançar). Das infinitas possibilidades de provas e/ou testes ao longo da vida, tais eventos além de adquirir a função condicional para ser elogiado/aprovado socialmente, adquire também a função de “perda”, ou seja, caso o desempenho não seja como o esperado/estipulado. Dessa forma torna-se implicito para este sujeito que, caso ele(a) venha a fracassar, o(a) mesmo(a) pode passar a ser adjetivado pela sociedade como um(a) fracassado. Faço das palavras do Prof. Carlos Augusto de Medeiros as minhas, “por que diabos ou como alguém que fracassa deve ser visto como um fracassado?”
Talvez agora, muitos saberão o porque das competições, apresentações e discursos de um modo geral eliciar (disparar) crises de ansiedade nas pessoas, uma vez que lá está implicito a condição para ser avaliado, ou melhor, julgado e adjetiva por quem assiste.
Logo, o comportamento (quer seja a competição, discurso, etc) emitido nessas ocasiões podem estar mais relacionado a evitar/eliminar críticas, rejeições e má avaliações do que o próprio objetivo de realizar o que precisa ser feito, ainda que muitos possam discordar. Ou seja, tentativas de “fazer perfeito” pode consistir numa maneira ansiogênica de eliminar algo imposto por um agente externo, no caso aqueles que assistem o espetáculo. Consegue imaginar o poder que é colocado, direta e indiretamente, nas mãos desses agentes(professores, familiares, amigos, etc…) externos?
Mas que p☠️💣🌀⚠️ é essa? Quem foi o excomungado que instituiu essa regra? Muitos podem estar contribuindo até hoje para isso. Essa é a verdade. O autoconhecimento pode doer… afinal de contas, se o indivíduo não perceber (discriminar) como ELE/ELA responde ao mundo, dificilmente terão as chances para atuar sobre essas variáveis impostas sobre eles e assim mudar seu próprio comportamento (e sentimentos).
O histórico de reconhecimento pessoal tornou-se arbitrário ou é equívoco meu? Quantas famílias depositam reconhecimento somente a custa de vários títulos ou altos desempenhos? Tarefas impostas? Obrigações? Mas depois brigam se falar em benzodiazepínicos… Caríssimos leitores, não queiram estranhar o fato de pessoas como essas, sentirem-se aliviadas ao invés de satisfeitas ou felizes, quando finalizam uma tarefa extenuante. Afinal de contas: “_Ufa, essa foi por pouco.”
Não vejo problema com títulos, mas que reconheçamos, sob quais condições nós demonstramos satisfação, respeito, amor e apreço por aqueles que queremos bem.
Dessa forma, se formos seguir essa “utopia” imposta culturalmente, torna-se implicito que para você ser bom, você precisa derrotar alguém. Interessante, pois ninguém quer ser derrotado, mas lutam para derrotar. A questão não é se isso é certo ou errado, mas sim averiguar o quão saudável isso é para a própria sociedade, faz sentido?
Em suma, será que o valor pessoal deve ser baseado no que a pessoa faz ou no que ela realmente demonstra ser?
Você pode ouvir ainda este meu RolembergCast que fala um pouco sobre este tema, clicando aqui
O que acontece muito é que muitas pessoas se esgotam atingir bons desempenhos para se sentirem especiais, valorizados acima de tudo pelos outros. Ela acaba se construindo senão se fortalecendo pelas suas conquistas e não pelo que ela realmente é… já viu aquelas pessoas com tendências de “autoexigência”? Enfim… o assunto é longo e espaço é curto. Caso queira saber mais também você pode adquirir meu livro que falo bastante sobre este tema.
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Rolemberg Martins – CRP: 0429906