Quem nunca se perguntou “_Por que diabos meus sentimentos e comportamentos não mudam?”
Lamentavelmente, muitos desconhecem as “variáveis” de quais seus comportamentos e sentimentos é FUNÇÃO. Normalmente, inúmeras variáveis contemplam contextos para um organismo agir de uma determinada forma e, quando assim tais sujeitos agem, as consequências podem ser reforçadoras em curto prazo, o que por sua vez mantém inalteradas as respostas (comportamento e sentimentos), pena que em longo prazo as consequências já podem ser deletérias.
Se, para sujeitos que estão em psicoterapias já configura um desafio discriminar quais variáveis são essas para em seguida ALTERÁ-LAS (senão erradica-las), e ainda muitos podem inevitavelmente resistir, imagina então aqueles(as) que não fazem psicoterapia! Logo, você há de convir comigo que torna-se favorável qualquer um admitir senão concluir inadvertidamente que ele(a) próprio(a) tem um defeito interno, enquanto tudo permanece intacto do lado de fora contribuindo para manter o que ele sente ou faz.
Portanto ao que muitos pensam ser um defeito ou ainda doença irreparável, em verdade o sujeito apenas desconhece, o que uma ciência de base natural, como a análise comportamental clínica é capaz de identificar suas funções. Só, isso? É claro que não, obviamente, como já dito, muitos resistem, relutam ou ainda discordam em manipular tais variáveis ou se expor a novas contingências* e ver o que realmente acontece. E por que resistem? Os motivos são vários, mas alguns destes são que, normalmente a pessoa acredita que os sentimentos teriam que ceder, ou melhor, mudar instantaneamente e como se não bastassem, teria que ser de uma vez por todas. Veja que por trás desta concepção, há conjunto de crenças, o que em análise do comportamento chamamos de regras. Mais uma variável a ser modificada com intervenções psicoterapêuticas. Todavia só quem perdeu um ente querido que sabe que NÃO é assim tão instantaneamente que os sentimentos de perda (luto) se esvanece rapidamente, faz sentido?
A essa altura do campeonato, que rufem os tambores, pois lá estará o sujeito desesperado, pra não dizer em crise, clamando ao seu psiquiatra, mais “miligramagem” do seu benzodiazepínico. Enquanto que o time das variáveis, permanecem inalteradas, uma vez que houve relutância do sujeito em manipulá-las, apesar de tanto querer se livrar da queixa clínica apresentada.
*Contingência, é uma íntima relação entre o sujeito e o ambiente que o cerca, isto é, imagine uma criança com um pai muito severo e carrancudo, e uma mãe dócil, flexível e amável. Estando um dos pais com o filho no supermercado, com qual deles é provável que a criança se sente mais encorajada a pedir um biscoito? Ou seja, a resposta explicita qual das contingências mais determina o comportamento de “pedir”. Em suma pedir a um deles é passível de reforço, já pedir ao outro uma bronca ou minimamente não ganhar.
E você já buscou um psicoterapeuta para te ajudar a identificar e manipular as contingências de reforçamento?
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Rolemberg Martins – CRP: 0429906