Psicoterapia de Casal
Porém como o próprio Medeiros (2025) pontua, ainda que muitos sigam tais padrões de comportamentos impostos social e culturalmente não significa que elas serão felizes, aliás pelo contrário, estão sujeitas a fortes respostas de ansiedade e frustração.
Inevitavelmente, muitos de nós, sem ao menos perceber, apresentamos dificuldades de identificar, e às vezes até admitir, como podemos acabar emitindo vários comportamentos que são fortalecidos por nos livrar de críticas, julgamentos, repúdio, enquadramento e rejeições sociais ao passo que outros comportamentos também são fortalecidos por produzirem valorização, reconhecimento social, elogios. Contudo, ambas categorias de comportamentos podem dificultar e muito o relacionamento.
Um exemplo muito simples, que podemos tomar em consideração é um homem que devido ficar com várias garotas, passa a ser valorizado e prestigiado pelo seu grupo de amigos, senão da sociedade ao passo que uma mulher que emite o mesmo padrão de comportamento já é julgada tanto pelo seu grupo de amigas, senão pela sociedade como uma pessoa vulgar, promíscua etc.
Reproduzimos muitos o que a cultura diz com nossa forma de vestir, de comer, de nos comportarmos de um modo geral. Logo, aprendemos a seguir o que é dito como “valorizado” e evitar o que é “repudiado” pela cultura, e sequer tomamos em consideração os tamanhos custos para se viver assim, bem como os impactos sobre o outro.
Ainda em Medeiros (2025) a maneira sobre como passaremos a nos avaliar e autodescrever dependerá das consequências das minhas ações frente a essas imposições sociais. Portanto, tratando-se de casal, caso alguém seja largado, não é de se duvidar que essa pessoa passe a se descrever como uma fracassada ou rejeitada. Por fim, esquece que o fato de ser abandonado pelo outro foge do seu controle, aliás fala muito mais do outro do que dela mesma, mas por ora insiste em adjetivar a si mesma, na grande maioria das vezes como fracassada, etc.
O psicoterapeuta de casal, precisará então compreender a história de cada um dos cônjuges para, eleger suas respectivas hipóteses sobre os determinantes dos comportamentos de cada qual, e assim prosseguir rumo a um escopo de intervenção, ajudando a ambos.
Fonte: Medeiros, C. A. (2025). Contribuições da psicoterapia comportamental pragmática na compreensão das relações amorosas a partir do controle cultural no comportamento. In Nery et al. (Orgs.), Relações amorosas, terapia de casal e análise do comportamento. 1ª Ed. Curitiba: Appris, 2025.
Como funciona?


A psicoterapia de casal, contempla o atendimento mútuo de ambos os cônjuges. Tomando em consideração que nossos padrões de comportamentos são multideterminados (Skinner, 1953/2003), muitas queixas de casais decorrem de incompatibilidades, excessos e/ou déficits que cada um traz de seu histórico de vida.
Como se não bastasse, a cultura também exerce grande influências, pressões sobre os casais, por imporem através de modelos, regras (uma espécie de crenças) e congratulações ou repúdios a diferentes tipos de padrões de comportamentos quanto as relações amorosas, que ela elege como sinônimos de sucesso e felicidades (Andery, 2017; Skinner, 1948/2005, 1953/2003 apud Medeiros, 2025).
